quarta-feira, 15 de maio de 2013

Teanes Silva

Gestão de Segurança Residencial
Segurança nas Férias dos Condomínios
 
Sempre que chegam as férias, chega também um desafio para a gestão de segurança patrimonial dos condomínios residenciais, sejam eles horizontais ou verticais, de veraneio ou dormitório.

Por isso é necessário redobrar os cuidados com a segurança. Claro que todo esse planejamento deve ocorrer com antecedência e com base na análise de riscos.
 
É de se esperar que na maioria dos condomínios já exista o manual de segurança, validado com os planos de contingência para as situações de emergência, crise e restauração da normalidade, com respectivos procedimentos; principalmente os que tratam do controle de acesso das pessoas (moradores, visitantes e prestadores de serviços), veículos e mudanças. Os veranistas e locatários temporários exigirão especial atenção e orientação para as regras de segurança.
 
O responsável pela segurança, que em geral é o síndico, deve planejar e adotar alguns procedimentos para o período de férias, dentre outros
 
·                Contratar uma empresa para realizar a manutenção preventiva e inspeção do sistema de segurança, verificando o funcionamento do CFTV - circuito de TV interna das câmeras de segurança eletrônica e os alarmes.
·                Em edifícios com grandes áreas externas, os funcionários devem ser orientados a fazer vistorias periódicas, especialmente no período noturno.
·                Caso os condomínios tenham contratos com empresas de Vigilância Patrimonial, é fundamental solicitar a intensificação das rondas na portaria e entorno do condomínio.
·                Uma prática tão comum quanto inadequada é o morador deixar a chave do apartamento na portaria para que alguém regue as plantas ou tratar de animais de estimação; nesse caso os moradores devem entregar as chaves a um vizinho, parente ou amigo, deixando uma autorização por escrito, para que a pessoa possa entrar no prédio.
·                Os funcionários e moradores devem estar sempre atentos ao que acontece nas imediações do condomínio.
·                 Carros parados por um longo período, pessoas estranhas observando o movimento ou qualquer outro fato estranho devem ser comunicados imediatamente pelo vigilante, porteiro, ou zelador, à empresa responsável pela segurança ou a polícia quando for o caso.
·                 Antes de abrir o portão da garagem, o porteiro deve procurar identificar quem está dentro do veículo.
 
Em relação às crianças e idosos que não viajarem, também se faz necessário especial atenção dos condomínios durante esse período.
 
A preocupação maior deve ser em relação ao elevador, garagem, escadaria, piscina, playground e áreas de acesso restrito como caixas d’água e casa das máquinas.
 
·                Nas áreas comuns não é recomendável que crianças menores de 10 anos andem sozinhas, bem como no elevador.
·                O condomínio também deve proibir que as crianças brinquem nas escadas e na garagem.
·                Manter as escadas, as garagens e os acessos com boa iluminação e não deixar entulhos ou outros materiais nesses espaços.
·                No playground orienta-se para que os brinquedos sejam regularmente vistoriados, além de validado o plano de manutenção.
·                Nos brinquedos móveis como gangorra, gira-gira e balanço entre outros, evite que as crianças com idade abaixo do recomendado pelo fabricante os utilizem.
·                As crianças menores de cinco anos devem estar sempre acompanhadas por um responsável, que poderá socorrê-las imediatamente no caso de um acidente.
·                Na piscina, todo cuidado é pouco. As crianças nunca devem permanecer sozinhas nesses locais. Recomenda-se o uso de cobertura por lona nos períodos fora de uso.
·                Os idosos devem evitar as escadas quando desacompanhados.
·                No espaço dedicado para academia, deve-se evitar a presença de crianças desacompanhadas.
·                Enfim, os cuidados devem ser adotados onde existirem áreas comuns habitadas e áreas comuns não habitadas, e que nem sempre tem o acesso controlado.
 
Todos os cuidados aqui mencionados, além de outros segundo as características de cada empreendimento, servem de base para o planejamento estratégico adotado pelo condomínio. Algumas das dicas se aplicam em um condomínio e não se aplicam em outros, portanto, insisto que fazer a análise de riscos e contar com a consultoria de profissionais especializados, são fundamentais para o sucesso da solução a ser desenvolvida.
 
Investir em tecnologia de proteção perimetral é o primeiro passo que muitos se atentam. Ocorre que soluções são adquiridas sem matriz de riscos, o que pode levar a gastos desnecessários, isto é, o custo deve estar relacionado e proporcional ao benefício.
 
Em outros casos compra-se de tudo para proteger o prédio e negligencia-se no treinamento das pessoas, sendo este último um dos maiores motivos das falhas e causas de ocorrências em condomínios, razão pela qual se tem a sensação de dinheiro jogado fora.
 
Também é recomendado que os procedimentos sejam revisados, auditados e testados regularmente visando o preparo de todos e a melhoria dos processos.
 
Reduzir os riscos deve ser compromisso de todos, e dever do condomínio. Dessa forma quando possível e viável financeiramente, o condomínio deve contratar uma consultoria para ajudar no desenvolvimento do plano de segurança, contemplando o projeto de segurança.
 
Somente com todos engajados nesse propósito que será possível a prevenção, desestimulando as ações do mal intencionado e oportunista.
Vale lembrar que segurança e conforto andam juntos, embora o melhor dos mundos fosse termos os dois sem nos sentirmos estressados; contudo, em algum momento, devemos decidir qual deixaremos de lado ou priorizaremos.
 
Publicação: 15/05/2013

Sobre o autor:
 
Teanes Carlos Santos Silva

Administrador de Segurança Privada pelo CRA, articulista no Jornal SegNews e do site TransportaBrasil, publicando mensalmente artigos pertinentes e relevantes para a gestão de riscos de segurança, bem como, voluntariamente, atua como Diretor no Conselho Fiscal na ABSEG – Associação Brasileira dos Profissionais de Segurança.

Atualmente é Gerente de Segurança e Riscos na DELTA TS Gestão de Riscos, responsável pela Prevenção dos Riscos nos Processos e Projetos de Segurança em Indústrias, Gerenciamento dos Riscos em Eventos e Operações Logísticas, Treinamentos, Auditorias baseadas em processos e Investigações de Fraudes.
 
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